sábado, 18 de junho de 2016

Temperando com orégano o Arraiá das Letras do GREBAL: Curtindo e participando do Sarau do Grêmio Barramansense de Letras

Hoje finalmente trago ao blog o vídeo com alguns dos vários fodásticos momentos do “Arraiá das Letras”, Grêmio Barramansense de Letras (GREBAL), em Barra Mansa/RJ, no sábado, dia 11/06/2016.  Foi um momento inesquecível em minha trajetória literária – super-hiper-mega-marcante-e-importante na “Nada Tour com Orégano – Jornada Literária de Lançamento e Apresentação de meu nono livro ‘O nada temperado com orégano’”.
Aconteceu na Sede do Grêmio Barramansense de Letras (GREBAL), em Barra Mansa/RJ, no sábado, dia 11/06/2016, o tradicional e mais-que-fodástico Sarau Literário Musical do Grebal, organizado pelos superartistamigos Vera Regina Marins, Eliana Neri e Rozan Silva. Depois de tanto tempo sem participar deste formidável evento, nesta edição de junho, dedicada aos festejos juninos, ao Dia dos Namorados e ao Dia da Língua Portuguesa, eu, representando o Sarau Solidões Coletivas, de Valença/RJ, tive a oportunidade de apresentar meus livros mais antigos e o meu nono e mais recente, "O nada temperado com orégano" (que teve um dos poemas deste livro mais recente lido por uma das divartistamigas grebalistas), além de curtir super-fodásticas apresentações! O vídeo traz minhas duas participações no evento (as declamações dos poemas "Saudade dá Bandeira", do meu quarto livro "O último adeus [ou O primeiro pra sempre]" [2004] e "Amor fora de si", do meu sétimo livro "Bebendo Beatles & Silêncios" [2013], que eu dediquei a minha divartista-namorada-eterna-musa Juliana Guida Maia) o meu poema "Inverno Íntimo" (do meu nono livro "O nada temperado com orégano" [2016]), apresentado pela divartistamiga do Grebal, fragmentos das apresentações musicais de Abrahão Lincoln Graciosa Machado, Rozan Silva e Menulfo e a poetamiga Raquel Leal declamando poema de sua autoria.
É bom demais estar de volta ao Sarau do Grebal (sentia uma falta danada de participar deste mais-que-fodástico evento). Mais uma vez, guardo neste vídeo e na memória, momentos inesquecíveis de música, dança, artes plásticas e poesia na sede do Grebal.

Vida Longa ao Sarau do Grebal e que eu possa participar sempre que possível das mais-que-fodásticas edições deste hiper-mega-maravilhoso evento!




sexta-feira, 10 de junho de 2016

Para temperar o amanhã, eu me recordo de ontem: Sarau Solidões Coletivas Temperadas Com Orégano Na Fliva 2016


Cá estou eu, amigos leitores, me preparando para amanhã, às 10h, lançar o meu nono livro “O nada temperado com orégano (Receitas Poéticas para um país sem poesia e com crise na receita)” na Feira do Livro de Resende/RJ, e no Sarau Literário Musical do Grebal, das 17h às 19h, na sede do Grebal (Rua Argemiro de Paula Coutinho, 44 - Centro ) em Barra Mansa/RJ. E enquanto tais momentos não chegam, relembro o evento mais fodástico envolvendo meu novo livro: o inesquecível Sarau Solidões Coletivas com Orégano, em homenagem ao lançamento do meu nono livro “O nada temperado com orégano (Receitas poéticas para um país sem poesia e com crise na receita)” na Feira do Livro de Valença/RJ (Fliva), evento cultural fodasticamente idealizado, organizado e competentemente realizado todo ano na Princesinha da Serra pelo editor-designer-ativistamigo Leonardo Pançardes.
No domingo, dia 05 de junho de 2016, no Hardim de Cima, em Valença/RJ, os artistamigos e eu realizamos o "Sarau Solidões Coletivas com Orégano", evento em homenagem ao lançamento de meu nono livro "O nada temperado com orégano (Receitas poéticas para um país sem poesia e com crise na receita)", durante a IV Feira do Livro do Livro de Valença/RJ (Fliva).
O sarau contou com as participações mais-que-especiais do Mestre-Poetamigo Alexandre Fonseca/Lisérgio Virabossa, discípulo maior de Shiva, apresentando o livro para o público leitor; Luana Cavalera, Mestre Gilson Gabriel, Patricia Correa e eu apresentando poemas do meu novo livro; Wagner Monteiro (Ryu) apresentando um feroz e fodástico poema inédito dele; exposição de pinturas e desenhos da Oficina de Artes Iluminação, liderada pelo artistamigo Denis Pereira; apresentações musicais com canções próprias de Zé Ricardo Maia (interpretando composição independente e consagrada do falecido, porém eterno músico-amigo Adriano Gonçalves), Gabriel Carvalho com sua nova (mas antiga, para os fãs que o acompanha) "My girl" e a fodástica banda L.O.L. (Legend of Losers), formada por Jorran Souza e Thiago Haru, com as composições "Cavaleiro Urbano" e "Bocas Caladas".

O evento contou com com um público imenso e vibrante (agradecimentos especiais ao público que aguardava a peça teatral do Amor e Arte, dirigido pelo artistamigo Carlos Eduardo Cadu, e aproveitou pra curtir o sarau e a todos aqueles que sempre acompanharam-nos nestas inebriantes loucuras líricas) e foi dedicado ao meu novo livro, à musa-bibliotecáriamiga Marcia Cristina, que atualmente empresta seu brilho profissional à biblioteca municipal de Conservatória e que, nos tempos em que estava à frente da Biblioteca Municipal Dom Pedro II, no Centro de Valença, sempre deu a maior força lírica ao Sarau Solidões Coletivas - em breve, ela estará de volta, pois cargos comissionados misteriosamenhte contemplados partem, mas os apoiadores fodásticos da arte, como ela é, sempre permanecem -, e aos personagens dos quadrinhos Wood & Stock, conhecidos por popularizarem o fumo de orégano nas tiras em quadrinhos desenhadas pelo artista-mestre Angeli.
Na postagem de hoje, trago o vídeo desse inesquecível momento, gravado pelo irmão-artistamigo Rafael Silva Barbosa, e o mais-que-fodástico texto de apresentação do livro “O nada temperado com orégano (Receitas Poéticas para um país sem poesia e com crise na receita)”, escrito pelo Mestre-artistamigo Alexandre Fonseca!
Deixo aos amigos leitores tal postagem e vou descansar, amigos, pois vários outros fodásticos momentos hão de vir, amigos (mas, o primeiro, o lançamento do livro na Fliva, ah, esse a gente jamais vai esquecer!).

Sarau Solidões Coletivas Temperadas com Orégano – in vídeo



Apresentação do Mestre-artistamigo Alexandre Fonseca para “O nada temperado com orégano (Receitas Poéticas para um país sem poesia e com crise na receita)”:

Cá estou mais uma vez desfrutando a honra de apresentar Carlos Brunno, desde sempre um dos maiores artistas de nossa terra, em seu mais recente trabalho.
Desta vez, o poeta declama o NADA.
Eu, sem nada a dizer, busquei inspiração nas recorrentes citações bíblicas de outro grande poeta revolucionário valenciano, Mr. Gilson “The Baker” Gabriel, e fui ao Gênesis, o primeiro livro da Bíblia.
Está lá: “No princípio criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo”. Portanto, NADA havia além de trevas.
E disse Deus: “haja luz!”. E houve luz.
Logo percebi que Carlos Brunno subverteu o Gênesis! Aliás, não só o Gênesis, mas também o Pink Floyd, o Yes, o King Crimson e todas aquelas bandas doidonas dos anos 70...
Este livro nos subtrai a luz e nos remete ao NADA das trevas primordial.
E é o que temos! Um mundo de trevas. De estupros coletivos, de tramoias constitucionais de bastidores, de policiais espancando estudantes e professores nas ruas. “A Era das Trevas”, diria meu conselheiro Lisérgio Virabossa, psicodelicografando o mestre Hobsbawm.
Lembrei-me de um ex-pseudo militante da ERVA (a Esquerda Revolucionária Valenciana), que, há tempos, me chamou de NIILISTA DESBUNDADO. Acusação parcialmente injusta: desbundado, ou seja, sem bunda, realmente sou, pois como se nota, este não é um dos meus mais destacados atributos físicos.
Mas niilista?? Aquele que crê no NADA? Isto não!. Eu creio! Creio em... em... em... Whisky!!!!
E vocês? Em que crêem? Em Deus?
Ou no mito?
Em Dilma?
Em Temer?
Em Bolsonaro?
Em Willys?
Na Globo?
No Lobo?
No governo?
Na greve?
Pensamos acreditar em tudo, quando, de fato, NADA sabemos. A isto, o velho e bom Marx chamou ideologia. (Ops! Não deveria tê-lo citado, sob pena de ser taxado de esquerdopata e doutrinador comunista da juventude).
Mas, já que o citei, é dele a insígnia: “o homem deveria ser tudo; no entanto é NADA! Exceto Dom Raulzito que era, ao mesmo tempo, o tudo e o NADA.
O livro de Carlos Brunno nos demove das vans ilusões ideológicas e nos rebaixa ao que realmente somos: NADA! Faz – e repito o que disse em outro lançamento – como a psicanálise de Freud. Destrói os muros daquilo que chamamos consciência e nos reduz a cacos.
Lembrei-me também de Sartre, o grande filósofo existencialista francês, que escreveu o “Ser e o Nada”. Aliás, ausência a priori sentida no livro, mas depois captada em todas as entrelinhas.  “O homem é uma paixão inútil”, diria ele, condenado à liberdade de Ser ou ao vazio existencial.
Carlos Brunno nos põe a faca sartriana no pescoço e grita: Escolha!!!!! Ser ou Nada!
Uma faca de cozinha, das mais afiadas, que corta o NADA em muitos pratos. Temperados com orégano e especiarias mais.
Ao nosso dispor um cardápio variado:
Sabores maranhenses de Gonçalves e Maria Firmina;
Sofisticadas iguarias machadianas, bandeirinas e drummondianas;
Pimentas afrodisíacas de Bukowsky, Neruda e Janaína;
Pitadas de humor ao ponto de Millôr e Roberto;
Baratas kafkianas fritas no azeite distópico de Orwell.
E mais, muito mais.
Deguste de tudo um pouco.
E se o seu estômago não suportar, vomite.
Por que ao vômito, segue... o NADA!
Aaaaahhhh e antes que me esqueça: fiquei com tesão na Carmem...

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Alices, Anas, Genaldos, Herberts, Dorfos e Kayos no Xadrez das Maravilhas: Grandes Momentos do V e VI Torneio Xeque-Mate Alcino

A postagem de hoje é dedicada ao mais-que-fodástico projeto educacional criado pelo mestre-professor-de-Educação-Física-e-de-Lirismo-mais-que-fodástico-atletartistamigo Genaldo Lial da Silva, na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, na região rural de Teresópolis/RJ: o tradicional e inovador Torneio Xeque-Mate, que, neste ano, chegou cada vez mais vibrante e brilhante à sua sexta edição.
Nesta postagem, trago 4 vídeos: 2  - um que traz a participação do Luz, Câmera...Alcino!, com o esquete (escrito por mim) “Alice no Xadrez das Maravilhas” e outro feito por Rodolfo Ribeiro (do canal “Dorfo Tube”) e por Kayo Almada (do canal “Kayo Vines”) -   que mostram um pouco do que aconteceu durante o VI Torneio Xeque-Mate, que aconteceu no dia 17 de maio de 2016, e 2 que relembram a edição anterior do torneio – um com o esquete “Xadrez Poesia”, já postado aqui no ano passado, e outro, até então inédito, que revela o “Xadrez Alcino News O documentário inacabado do V Torneio Xeque Mate Alcino de 2015”, projeto inacabado planejado pelos ex-artistalunos (e atuais artistamigos) Ana Gabriela Medeiros, Nathália Malheiros, Herbert e Laís Martins.
Além disso, posto também o roteiro do esquete “Alice no Xadrez das Maravilhas”, escrito por mim, especialmente para o evento.
Faço e destaco essa postagem, pois o Torneio Xeque-Mate, a cada ano, revela-se como um dos projetos educacionais de maior relevância e tradição da escola na qual leciono, permitindo a toda comunidade escolar diversos momentos superemocionantes e inesquecíveis.
Vale a pena assistir aos vídeos, ler os esquetes que elaboramos, curtir, vibrar e valorizar esse projeto educacional, organizado pelo mestre-professor-de-Educação-Física-e-de-Lirismo-mais-que-fodástico-atletartistamigo Genaldo Lial da Silva! Vida Longa ao Torneio Xeque-Mate e ao Luz, Câmera...Alcino! Paz, Amor, Atitude, Literatura, Alcino e Arte Sempre!

VI Torneio Xeque-Mate Alcino (17/05/2016)
Vídeo 1: "Alice no Xadrez das Maravilhas ao vivo no VI Torneio Xeque-Mate Alcino"

O esquete escrito por mim: "Alice no Xadrez das Maravilhas"

ALICE está deitada num colchão à frente do tabuleiro.  O CHAPELEIRO LOUCO está com um apito fora do tabuleiro. Os demais personagens estão no tabuleiro.
O CHAPELEIRO LOUCO apita e grita, acordando ALICE: Vamos começar a jogar xadrez agora!
ALICE acorda: O quê? Hã? Eu só lembro de estar cochilando e... nossa! Que lugar é esse? Onde estou?
CHAPELEIRO LOUCO: Ora, bolas! Você está no Xadrez das Maravilhas! Estamos jogando xadrez e eu vou ganhar de você, menina! Soldados peões, eu escolho vocês, joguem o xadrez!
Os quatro SOLDADOS PEÕES que estão no tabuleiro de frente para o público atiram camisas xadrez em cima de Alice.
CHAPELEIRO LOUCO: Rá, rá, o jogo mal começou e já estou dando uma surra em você!
ALICE (um pouco confusa e irritada): Peraí, não é assim que se joga xadrez!
CHAPELEIRO LOUCO (sorri e desdenha): Ora, que péssima jogadora! Vai querer me ensinar a jogar o meu xadrez. (joga uma camisa xadrez em cima dela) Viu? Eu sei jogar xadrez!
ALICE: Jogo de xadrez não é nada disso! Eu vou ensinar como se joga pra você entender! 
CHAPELEIRO LOUCO (continua rindo e desdenhando): Ah, vai me ensinar? Tem diploma de professora?
ALICE:  Não...
CHAPELEIRO LOUCO:  Professora Glória Mula!
Aparece a PROFESSORA GLÓRIA MULA:  Olá!
CHAPELEIRO LOUCO:  Essa menina quer ensinar os outros sem ter diploma de professora. O que você acha?
PROFESSORA GLÓRIA MULA (fica pensativa): Hummmmmmmmmmm.... Não sei o que opinar. Só sei que nada sei, logo se ela é uma menina e você precisa de uma professora, uma mais uma, segundo a matemática, é igual a duas. Então ela é uma menina professora sem diploma de professora, duas em uma sem uma é igual uma louca, logo deixa ela te ensinar, pois pra ensinar louco só mesmo uma louca.
CHAPELEIRO LOUCO (sério): Nossa, que coisa louca! Gostei! Obrigado, Glória Mula! (GLÓRIA MULA sai) Então me ensina, menina, vai!
PENETRA LOUCO chega com PENETRA LOUCO 2 e olha para o colchão: Nossa, que colchão!
PENETRA LOUCO 2 (olha para a perna de ALICE): Não achei a coxa dela tão coxão assim...
PENETRA LOUCO:  Não é esse coxão; é deste colchão que estou falando. Me ajude a pegá-lo! Colchão achado não é roubado!
PENETRA LOUCO E PENETRA LOUCO 2  carregam o colchão e saem.
ALICE: Peraí, eles levaram meu colchão!
COELHO sai do tabuleiro e fala com ALICE: Ah, meu Deus, estamos atrasados! Ensina logo esse jogo senão acaba o tempo e nosso rei morrerá...
REI sai do tabuleiro também e briga com ALICE: Eu não posso morrer assim. Nem pensar! Minha rainha, querem me derrubar!
RAINHA também sai do tabuleiro: Cortem as cabeças desses golpistas!!! Soldados, cortem a cabeça dessa menina!
REI interrompe a RAINHA: Calma, amorzinho! Se cortar a cabeça dela, o jogo acaba e vamos ficar pra sempre no tabuleiro sem perder nem ganhar. Usemos a cabeça, minha rainha, deixemos ela nos ensinar, voltemos ao tabuleiro, vamos jogar!
RAINHA (para ALICE): Escapou dessa vez, senhorita... Se falhar outra vez, meus soldados cortam sua cabeça!
RAINHA, REI e COELHO (na posição de bispo, sempre olhando desesperado para o relógio) voltam para o tabuleiro. GATO (que fica com os dentes trincados como se risse o tempo todo) está na posição de cavalo. DODO DO FUTEBOL (que segura uma bola de futebol) está como torre.
Estes ficam de frente para o público. Os demais são 2 soldados que fazem peões. O exército adversário – de costas para o público – são outros soldados com a RAINHA BRANCA como rainha do grupo.
CHAPELEIRO LOUCO (para ALICE): Então, menina professora que não tem diploma de professora, como se joga xadrez?
ALICE: Bem, vamos lá... (se aproxima dos SOLDADOS PEÕES) Esses soldados são os peões. Eles andam somente para frente e capturam em diagonal. Na primeira jogada, eles podem andar duas casas. Veja (tenta puxá-los) Ora, por que não me obedecem?
SOLDADO PEÃO 1: Ora, que vergonha! Rebaixados à plebe, a peões!
SOLDADO PEÃO 2: Somos soldados reais, menina! Mais respeito! Não jogamos como vaqueiros de rodeio!
CHAPELEIRO LOUCO: Sou louco, mas não sou bobo! Essa menina é insolente, está acabando com a realeza da gente!
RAINHA DE COPAS: Cortem a cabeça dela, soldados!
REI (acalma a Rainha): Calma, amor... Deixa a menina... (RAINHA DE COPAS cruza os braços, ofendida)
ALICE (balança a cabeça e se aproxima do GATO): Esse é o cavalo! Ele anda em L. Por exemplo (ela tenta mexer com o GATO que não para de rir) Por que ri tanto, Sr. Gato?
GATO: És mais louca que o Chapeleiro Louco. Chamar gato de cavalo – só posso achar tudo isso engraçado!
CHAPELEIRO LOUCO: Ah, não me bastasse minha loucura, agora tenho que aturar a loucura dessa outra. Hum.... Ela é louca, eu sou louco, assim não posso com ela me casar, pois só os opostos se atraem. Triste destino! Nem noivei e já temos que nos separar!
ALICE (balança a cabeça e se aproxima do DODO DE FUTEBOL): Essa é a torre, ela anda em linha reta na vertical e na horizontal. (puxa o DODO e ele obedece) Ah, finalmente alguém obediente!
DODO DE FUTEBOL: Agora que avancei, posso chutar a bola, fessora?
ALICE: Não! Isso não é futebol, Dodo!
DODO DE FUTEBOL (chateado, para o GATO): Tem razão, Gato! Essa menina é doida! Quer ensinar xadrez no país do futebol; é completamente doida!
CHAPELEIRO LOUCO: Ah, que jogo ruim! Estou perdendo todo meu amor pela menina, estou perdendo muito! Ela é louca como eu, não posso me casar com alguém tão insana assim, é muito igualzinha a mim! O que farei com o anel de noivado que não comprei?
ALICE (balançando a cabeça, já desanimada com a explicação): A rainha é uma das peças mais poderosas (RAINHA DE COPAS se sente envaidecida) Ela anda tanto em diagonal quanto pela vertical e horizontal, é uma ótima opção de ataque e defesa do rei.
RAINHA DE COPAS: Ora, se sou tão poderosa, pra que vou defender homem? Que os soldados peões, plebeus, façam o serviço: cortem as cabeças dos inimigos, enquanto desfilo pelo tabuleiro (RAINHA faz os movimentos da rainha)
CHAPELEIRO LOUCO: Ora, essa menina louca é uma protetora, puxa-saco de rainhas! Sua rainalha!!! Gosto muito mais do meu xadrez. E pra que jogamos esse seu xadrez estúpido, menina rainalha?
ALICE: Estabelecemos estratégias com as peças para acuarmos, prendermos, darmos xeque-mate no rei adversário!
CHAPELEIRO LOUCO: Oh, é uma menina rainalha traiçoeira! Vai derrubar o rei da Rainha de Copas para estabelecer o reinado da Rainha Branca!
RAINHA DE COPAS: Traidora xequista! Soldados, agora sim, cortem a cabeça dessa menina! (Os 2 SOLDADOS PEÕES prendem ALICE)
REI:  Calma, meu bem! Ela primeiro precisa ser julgada! Chamem o JUIZ A JATO.
O JUIZ A JATO chega correndo e abre um pergaminho: Como JUIZ A JATO, da Operação Leva-Pro-Xadrez, eu declaro o Gato culpado! Retirem já essa peça do tabuleiro!
ALICE:  Mas que loucura! O que o Gato fez?
JUIZ A JATO: Falsidade ideológica: ele finge ser cavalo, é uma peça falsa. Pode sair do tabuleiro.
GATO (sai do tabuleiro feliz. Enquanto sai, fala com Alice): Prefiro ser gato no xadrez do Juiz a Jato que voltar a virar cavalo no seu xadrez aloprado!
JUIZ A JATO: Também mando pro xadrez  o Coelho safado que se fez de bispo sem exercer o seminário!
COELHO (sai apressado) Estou atrasado! Já, já, fecharão o cadeado e tenho que ser trancafiado!
JUIZ A JATO: Vai pro xadrez também o DODO DO FUTEBOL por falta de coerência. Nunca vi torre de castelo se mexer nessas redondezas, é um péssimo ator, é sublime incompetência.
DODO DO FUTEBOL (sai contente): Jogo bola na cadeia, pois jogo sem bola me aperreia!
JUIZ A JATO: Também vai pro xadrez a Rainha Branca!
ALICE: Mas o que ela fez?
CHAPELEIRO LOUCO: Nesse questionamento dou também meu depoimento. Por que tanto convencimento neste louco julgamento?
JUIZ A JATO: Ora, a regra é clara, seus jumentos! Essa Rainha Branca é morena; se está no script que é branca como podem substituir a palidez pelo bronzeamento? Fora, Rainha Branca, e não inventem esperanças! Meus mandados de prisão não admitem absolvição!
ALICE: Assim não dá; está tirando todas as peças. Como vamos jogar?
JUIZ A JATO: Declaro proibido o jogo de xadrez sugerido, pois meu rei merece o reinado infinito!
REI (para a RAINHA DE COPAS): Que juiz ótimo! Como somos gloriosos!
RAINHA DE COPAS: Bastou cortar a cabeça dos juízes adversários para termos a justiça do nosso lado. Soldados, retirem o tabuleiro e voltemos para o castelo – vem conosco, Juiz a Jato, deixemos sozinhos esses dois chatos, com esse xadrez inacabado.
Todos saem, menos o Chapeleiro Louco e Alice.
ALICE: Quanta esquisitice ruim, é melhor eu voltar a dormir.
CHAPELEIRO LOUCO: Não foi tão ruim assim – tem certeza que vai desistir?
ALICE: Já desisti, vou encostar aqui nesse canto e voltar a dormir. (ALICE encosta num canto e dorme)
CHAPELEIRO LOUCO (triste): Ah, que triste fim... Ela dormiu e vai voltar pro seu país, enquanto eu ficarei aqui sozinho e infeliz. Ah, esposa com a qual não me casei, esposa que não me quis, como pôde assim se despedir, desistindo de tudo, inclusive de mim. (ele para e pensa) Peraí, se ela desistiu, eu ganhei, não perdi. Que hora mais feliz, eu venci, eu venci! Sou campeão do xadrez, posso dar xeque-mate em todos vocês! (desfila em frente ao público e joga camisa xadrez no público – música do Ayrton Senna) Poeta Gran Finale, é sua vez!
Entre POETA GRAN FINALE e declama:
Para Alice e para você,
Um conselho de vida
Pro xadrez do bem viver:
seja louco ou são,
não perca a esportiva
em nenhuma competição;
mesmo na insensatez dos tempos,
mantenha vivos os seus movimentos,
mesmo que a alegria desapareça,
não deixe que a tristeza vença.
No xadrez das maravilhas e no xadrez real,
só vence quem acredita no seu potencial.
Até logo e volte sempre,
mesmo que tudo caia de repente,
levante suas peças e siga em frente.

FIM

VI Torneio Xeque-Mate Alcino (17/05/2016)
Vídeo 2: "Dorfo Tube apresenta o VI Torneio Xeque-Mate Alcino"

V Torneio Xeque-Mate Alcino (28/05/2015)
Vídeo 3: "Luz, Câmera...Alcino! apresenta o esquete 'Xadrez Poesia' no V Torneio Xeque-Mate"

V Torneio Xeque-Mate Alcino (28/05/2015)
Vídeo 4: "Xadrez Alcino News: O documentário inacabado do Torneio Xeque-Mate Alcino de 2015"

Meu filho-poema selecionado na Copa do Mundo das Contradições: CarnaQatar

Dia de estreia da teoricamente favorita Seleção Brasileira Masculina de Futebol na Copa do Mundo 2022, no Qatar, e um Brasil, ainda fragiliz...