domingo, 19 de agosto de 2018

Solidões Compartilhadas: As Líricas Manchas de Sangue de Brendha Fernandes


Ela fez aniversário há pouco (dia 13 de agosto), traçou, durante seu período de artistaluna da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, um caminho brilhante e segue radiante, desfilando lirismo, beleza de estrela e genialidade por onde passa. Seu nome é Brendha Fernandes, é mora em Teresópolis/RJ, mas traz uma estrela lírica que ultrapassa geografias; o universo infinito da arte é sua verdadeira morada.
Hoje tenho o prazer de compartilhar minhas solidões poéticas com um superfodástico poema da estrela lírica Brendha Fernandes, que ela me enviou via whatsapp, no dia 16 de janeiro de 2018, quando retomamos contato. Seu emblemático poema “Manchas de sangue”, rico em plurissignificações, traz um sentimento feminino à flor da pele, ritmo encantador, um estilo único (e, ao mesmo tempo, que me lembra os melhores momentos da madura poética de Marina Colasanti) e um final que surpreende o incauto leitor. Segundo a autora, “foi um desabafo da alma”, que ela foi “escrevendo sem ver , só o que sentia” (quem me dera escrever tão majestosamente e fodasticamente assim!).
Leiam e fascinem-se, amigos leitores, com essas manchas de sangue que marcam nossos olhos, nossa alma, com a inigualável e fodástica veia poética de Brendha Fernandes!

Manchas de sangue

Na pureza da inocência,
Na doçura de um sorriso,
Na grandeza da pequena,
Fez do mundo um paraíso.

 Na alegria de um carinho,
Fez a luz do seu olhar.
Mal sabia das malícias,
Que logo iriam atormentar.

 Em uma tarde colorida,
Não sabia o que esperar.
Onde tudo era magia,
Veio a vida machucar.

Onde o céu virou inferno,
O sorriso virou dor.
Aquela tarde que passava,
Logo não teria mais cor.

 Na escuridão da inocência,
Só havia aflição e agonia.
Algo estava errado,
De tristeza sua alma morria.

 Ao meio de manchas de sangue,
Enquanto seu espírito padecia.
Cor vermelha tão marcante,
Ao mesmo tempo tão sofrida.

No singelo e pequeno pedaço de pano,
Sua trilha mudou.
Não manchou apenas o pedaço de trapo,
Sua luz se apagou.

Logo o caminho seguiu,
Se entregar não deixou.
A pequena evoluiu,
A amargura superou.

As pequenas manchas de sangue,
ficaram só na memória.
Se engana quem achou
Que fosse triste sua história.

Por : Brendha Fernandes




segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Ainda sobre ontem: Guerra nas Estrelas - A ameaça fantasma paterna


Ainda sobre ontem, dia dos pais. A data me remete às sábias palavras da escritoramiga valenciana Nanny Oliveira:
“Agosto é o mês daqueles caras que fizeram, mas não que criaram seus filhos, procurarem alguma foto pra postar no dia dos pais. Eu aconselho a você parabenizar todos eles assim ó:
E o amor, a presença, estão em dia?!”
(Nanny Oliveira)


Inspirado nisso, trago hoje meu conto inédito, inspirado na famosa data do segundo domingo de agosto, um conto de Dia dos Pais, entre Luke Filho e Anakin ‘Darth Vader’ Pai.
Espero que curtam esse episódio carlosbrunniano de Guerra nas Estrelas. Boa leitura e Arte Sempre!





Guerra nas Estrelas – A ameaça fantasma paterna
(Carlos Brunno Silva Barbosa)

Luke Filho bate na porta da casa paterna com uma firmeza inusitada. Apesar de todo ensaio e treinamento jedi que praticara para dar ao ato tal solidez, não imaginava ter tamanha firmeza... É dia dos pais e Luke Filho sente o desconforto constante que esta data lhe traz. Enquanto bate na porta, o coração jedi lhe alerta: “Perigo, perigo! Isso não vai dar certo de novo, não vai dar certo de novo!...” Mesmo assim, Luke Filho insiste – todo ano, reserva essa data ao sacrifício de se aproximar da criatura estranha que declarara ser seu pai.
            Anakin Pai atende a porta – tem olhos de real ressaca, tão diferentes dos oblíquos olhares das Capitus Machadianas que Luke Filho admira nas leituras cotidianas. A ressaca de papai é algo adoentado, misto de crise moral e existencial. “Perigo, perigo!”, o coração jedi grita. Mas, em silêncio, Luke Filho força um sorriso e deseja que este saia o menos amarelo possível. “Perigo, perigo!”, o coração jedi em histeria. Mas Luke Filho apenas sorri e diz a Anakin Pai um “Feliz Dia dos Pais!”, sem hesitar, bem firme, como treinara durante a longa viagem para este hostil planeta.
            Anakin Pai repete o ritual anual, demonstra satisfação com a chegada do filho pródigo, abraça-o com entusiasmo e comenta sobre planos imediatos e futuros que jamais concretiza ou concretizará. Combina com Luke Filho para que ambos saiam em direção à Galaxiária de Barra A-Li, pois juntos pegarão uma espaçonave para a Estrela Shagri-Lá, onde almoçarão com Princesa Léo, irmã-o de Luke e segundo filho de Anakin.
Antes de saírem, Anakin Pai conversa às ocultas com a irmã Madrinha Estelar, que ainda antes abraçara o afilhado Luke Filho e comentara com este os últimos acessos embriagados de fúria sith do nebuloso consanguíneo, atualmente brigado com os demais parentes da casa. Luke Filho observa à distância a tentativa de reunião sigilosa de Anakin Pai com Madrinha Estelar, mas nada escapa aos olhos jedi: seu pai, em eterna crise financeira, pegava mais um empréstimo fraterno que jamais iria pagar. “É pra eu poder curtir meus filhotes, irmã Estelar, você sabe...”, Anakin Pai sussurra para a consanguínea benevolente e protetora, que não percebe a farsa fantasma no tom suspirado do nebuloso consanguíneo. Luke Filho, de ouvidos apurados jedis, finge que não, mas ouve tudo e sente desconfortantes premonições. “Não vai dar certo, nunca dá certo!”, o coração jedi em colapso. Mas Luke Filho apenas acompanha a farsa de Anakin Pai e, após o comando paterno, segue com ele em direção da Galaxiária.
Cenário II da farsa: Galaxiária de Barra A-Li. Anakin Pai alega dores misteriosas e pede para parar no Bar do Bulba para relaxar e conversarem enquanto a espaçonave das 12:30 não chega. Retira do bolso puído da velha calça o dinheiro amassado, outrora sem vinco ou marcas quando Madrinha Estelar emprestara, e pede uma dose de Cerveja Letal Extra Sith, apesar de antes ter alegado a Luke Filho que pediria um H2O terráqueo. Anakin Pai percebe um certo desconforto no filho, mas a energia nebulosa no pai é mais forte que a censura velada do filho. “Não liga de eu estar bebendo só umazinha cervejinha letal, né?”, sorri nebulosamente, como cobra amiga que disfarça a periculosidade de seus venenos. “Perigo, perigo!”, novamente o coração jedi em histeria. Mas Luke Filho apenas ensaia um sorriso torto e responde um inócuo “Não” que nem ele mesmo acredita que sairia tão falsamente indiferente. É o dia dele, de Anakin Pai, e Luke Filho quer explodir, mas, por enquanto, pelo bem da paz nas estrelas, só implode.
Anakin Pai, após o primeiro copo de Cerveja Letal Extra Sith, dispara: “Sabe, filho, tô sentindo umas dorezinhas aqui, acho que não estou disposto a viajar.” Primeira desculpa – então o plano era só mesmo dar ‘um perdido’ na Madrinha Estelar, como as primeiras premonições jedis de Luke Filho desconfiavam. “Perigo, PERIGO!”, o coração jedi surta. Mas Luke Filho implode e só diz um “Ok” que soa mais irônico, desesperançado e desconfiado do que ele ensaiara fazer. Segundos de pesado silêncio, o bafo de Cerveja Letal Extra Sith incomoda o nariz jedi de Luke Filho, logo que o pai dispara o segundo e fatal tiro: “E o namorado de seu irmão deve estar lá...” “PERIGO, PERIGO!...” Além de dar ‘um perdido’ na Madrinha Estelar, agora Anakin Pai tenta se justificar com manobras homofóbicas do tradicional Império, atacando o seu segundo filho e irmã-o de Luke, Princesa Léo. É demais para qualquer zen budismo jedi! Luke Filho tenta conter a explosão, mas sua cara jedi não disfarça a expressão de fúria. O bafo letal extra sith de Anakin Pai dá a última estocada: “Você também fica zangadinho à toa...” “PERIGO, PERIG...” Luke Filho soca levemente o balcão, queria retirar o Sabre de Luz da Verdade e picotar o já despedaçado pai. A criatura a sua frente é tudo que ele não queria ser e tem o mesmo sangue que corre nas veias dele. Os olhos de Luke proferem Guerra, mas ele apenas se levanta e diz que prefere sair do bar e entrar mais cedo na espaçonave para a Estrela de Shangri-Lá. Luke Filho parte sem olhar pra trás.
“Não ia dar certo, você sabia que não ia dar certo”, o coração jedi dispara arritmado, mas controlado, como escombro sobrevivente de ataques de múltiplos furacões. Mas Luke Filho, mesmo sempre frustrado, o ignora, pois sabe, que, no ano que vem, nesta mesma fatídica data, retornará à casa paterna e repetirá o ritual, mesmo se opondo aos alertas do coração jedi.



sábado, 11 de agosto de 2018

Latinidade Valenciana Ludovicense: Apenas 3 poemas latino americanos sem dinheiro no bolso e sem parentes importantes


Como eu já dissera na postagem anterior, no último período de folga, retornei a São Luís-MA para participar do"IV ENCONTRO NACIONAL DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO BRASIL", em São Luís/MA/Brasil, de 19 a 21 de julho, e curti muito essa jornada lírica ludovicense. Durante o evento, além ter tido o privilégio de declamar vários poemas meus, entre eles, como já informara na postagem anterior,  tive a sublime emoção de ver ao vivo e em múltiplas cores o lançamento da I Coletânea Poética da Sociedade de Cultura  Latina do Brasil: Construindo Pontes”, em comemoração aos 30 anos de fundação dessa importante instituição multicultural. 
A minha participação nessa coletânea é muito importante para minha bibliografia, pois, apesar da liberdade de temas, foquei nos meus 3 poemas inseridos na obra minha visão lírica de latinidade (mais próxima da ‘américa latinidade’) e seus elos históricos e suas pontes às vezes firmes, às vezes frágeis.
E, como o número de exemplares da coletânea são limitados, impedindo-me de doar, emprestar para cada leitor, trago hoje ao blog estes 3 poemas (2 inéditos – “Lá Tino” e “A cidade latina dos náufragos”  e 1 já publicado anteriormente no blog – San Vicente dos Convalescentes”).
Espero que tenham uma boa leitura. Abração (estou de volta!) e Arte Sempre!




Levaram meu ouro, minhas jazidas de sonhos e mataram parte de minha rebeldia.
Ainda assim, carrego comigo toda riqueza perdida nos olhos sem brilho cheios de fantasias.
Trago em meus sorrisos mais naturais todas as inconfidências tolhidas e dores incidentais.
Imagino sempre vinganças vãs e nunca cumpridas contra meus exploradores ancestrais.
Navego em calmarias revoltosas em busca eterna da metrópole a retratação.
O passado é um legado de sangue, dor e ingloriosa conquista que nunca deixo pra trás.

Tino

Latino é um ser assassino em potencial incapaz de assassinar qualquer forma de vida.
Ainda que a fúria incontida incendeie os olhos e a rotina, infinita é apenas a fumaça dos dias.
Tenho a faca da revolução nas mãos, mas apenas acaricio suas lâminas com amor e hesitação.
Impossível negar o clamor guerrilheiro, mas a guerrilha aberta só se manifesta
Nas trincheiras internas, nos confins do coração descompassado pelos fracassos diários.
O inglorioso legado de ser nativo explorado implode meu corpo que desfila
Sem brilho e pacífico no meio da violenta multidão.




A cidade latina dos náufragos

Ainda ontem mataram mais uma pomba da paz
Que passeava inocentemente pelas estradas da vida
Cantando músicas de conciliação
Para a população faminta e oprimida
De nossa cidade latina, ainda gripada com o vírus da farda
Trajada e disseminada por golpistas ancestrais.

Hoje os culpados são pegos aclamados por seus discursos de preconceito
Nas vias públicas e redes sociais virtuais.
Hoje os culpados são pegos, mas quem vive preso é o bom senso,
Encarcerado nas celas do retrocesso de uma nova e poderosa Alcatraz.

Ainda ontem espancaram mais um defensor dos humanos direitos
Que pensava inocentemente que haveria respeito
À vida de todo ser vivo que caminha pela cidade latina em busca de paz.
Enquanto o mundo se mata pela estável economia,
Aqui explodem granadas sobre os defensores do direito à vida pacífica;
A discussão estúpida mais popular é se devemos ou não nos matar.

Hoje a febre é verde e amarela e mata-nos um pouco a cada dia;
A doença se alastra por ruas e avenidas.
A falta de razão e de cortesia é agraciada
Pela nação violenta e enlouquecida.

Ainda ontem chorei de saudades pelos tempos cerebrais
Que os anos e a internet não trazem mais.
Hoje a vida acuada me visita,
Aflita com as novas notícias falsas e as vozes assassinas,
Com medo que novamente nos arrombem as portas
E marchem contra sua existência divina.

Declamo-lhe então essa vã poesia
E, mesmo refém do mesmo receio que a exila,
Abro a porta de casa pra vida.
A morte, popularizada, compartilhada e querida,
Ronda armada a vila e ameaça minha acolhida.
- Nesse continente insensato de nossa sociedade latina,
A vida e eu agora somos uma náufraga ilha...



San Vicente dos Convalescentes

Era um imenso coração sangrando
Que avistei em teus olhos castanhos
Indispostos pra vida ou pra morte
Com uma dor de nada que tudo invade.
Era o monstro e a verdade
Um horror de sina sem sorte
Eu vi nossa doce ilusão mancando
Depois do tiro e do golpe.

A América latina, com consciência,
É outra vez um gigante que adormeceu
Nas camas sitiadas de San Vicente,
Governada pelos demônios e suas cruzes.
Nas praças plácidas de San Vicente,
As velhas estátuas armadas de sobrenomes
Assistem a seus novos varões clamando
Por mais rancor entre os ricos e os pobres.

Os livros de História eles já rasgaram
E o que era sonho vivo desfaleceu.
Enquanto tu suspiravas
Por uma estrada nova pra San Vicente,
Os porcos cercavam tua avenida,
Mantendo a América convalescente.
Agora vejo velhos barões gritando
Por um novo circo cada vez mais torpe.







terça-feira, 7 de agosto de 2018

Entre Bibliotecas de Babel e Beijos Cibernéticos no retorno à Ilha do Amor: Fragmentos de mim no IV Encontro Nacional da Sociedade de Cultura Latina do Brasil em São Luís MA


No último recesso, retornei a São Luís-MA para participar do"IV ENCONTRO NACIONAL DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO BRASIL", em São Luís/MA/Brasil, de 19 a 21 de julho, e aproveitei (muito!)  pra curtir mais essa capital maranhense que amo de paixão (o finalzinho saiu brega mas sincero). Durante o evento, tive o privilégio de declamar vários poemas meus, entre eles, “Biblioteca de Babel”, de meu nono livro “O nada temperado com orégano – Receitas poéticas para um país sem poesia e com crise na receita” [2016], e “Beijo cibernético (1998)”, de meu quarto livro “O último adeus (ou O primeiro pra sempre)[2004]”.
Hoje relembro estes poemas, já postados em publicações anteriores no blog, e trago o vídeo com fragmentos de minha interpretação para os dois poemas.
Espero que gostem. Abração (estou de volta!) e Arte Sempre!


Biblioteca de Babel

Sou Maiakovisk às vezes eufórico, depois desesperançado, na Rússia Revolucionária,
Sou Kerouac atravessando as glórias e agruras na estrada dos Sonhos Americanos,
Sou Che Poeta, escrevendo versos entre revoluções armadas e os exércitos de La Paz,
Sou Churchill Moço, esquecendo os cabelos brancos e a bomba atômica,
Sou o rico mais pobre, o plebeu mais nobre, a chama invisível de Camões,
O carnaval cinza de Bandeira, o colorido melancólico de Oswald,
Sou o bandido mais querido, o mocinho mais temido, o vazio que enche nossos corações,
O Todo Mundo dos Altos dos Autos da Lusitânia,
O Ninguém das Epopeias, de Todos Os Odisseus,
Sou Todo Seu e também sou Eu e Outras Poesias,
Sou a acomodação e a rebeldia, a distorção e a harmonia,
O Amor maiúsculo e o amor tosco, o Arcanjo e o Anjo Torto,
Sou o Tao, sou humilde, Yin e Yang, a praia e o mangue,
Sou Deus, Zeus e o Demônio da Teoria,
Sou Talmud, Corão, Hieróglifos, sou popular e erudito,
Sou Temporada no Inferno e Comédias Divinas,
O Jesus Menino de Torga e o Menino Jesus da Bíblia,
O Evangelho das Selvas e o Bhagavad-gita,
Sou toda inércia que nos agita,
Sou os olhos cegos de Borges que leem sem parar,
Sou o leitor de tudo, com o lírico nada incluso,
Sou raso, sou profundo, sou a volta e a falta que o parafuso faz,
Sou a procura perdida de todo sentido na falta de sentido de Dadá,
Sou o viajante parado dando a Volta ao Mundo sem sair do lugar.

Beijo cibernético (1998)

Aposte, invista na crise
pois ela cresce mais que a ação
pare a ação
ligue-se na internet
sinta o site
mande um e-mail
solidaoarrobapontocompontobr
conte bytes caso não consiga dormir
especule o movimento
beije seu software
tecle enter pra amar
invista no desemprego
desfile no enredo do FMI
jure sobre os juros
reze pro prédio não cair
vote eletronicamente
confirme a clonagem
encha o disco
desligue o aparelho de CD
disque 0900
faça um curso de inglês
passe a bola pro francês
que a taça agora é dele também
desista do português
porque esta língua está em baixa na bolsa de valores
conte-me como foi sua primeira vez
na cama com Bill Gates
globalize o coração
delete a consciência
privatize suas emoções
venda sua poltrona
compre à vista uma bomba atômica
escolha o filme que escolheram pra você
aperte play pra explodir o vídeo-cassete
observe se seus três filhos estão bem
a tevê, o celular e o computador
obedeça a ordem
deixe que o progresso faça o resto
provoque um curto-circuito
aproveite a queda de energia
pra anular o comando esquecer
acesse o banco de dados
e finalmente perceba:
a única máquina que respira em sua casa é você.

Meu filho-poema selecionado na Copa do Mundo das Contradições: CarnaQatar

Dia de estreia da teoricamente favorita Seleção Brasileira Masculina de Futebol na Copa do Mundo 2022, no Qatar, e um Brasil, ainda fragiliz...