quinta-feira, 18 de maio de 2017

Velhas feridas abertas: A farsa se fecha

Vivemos momentos tensos e históricos no Brasil e no mundo  - um entra e sai de ‘desgovernantes’ por todo Brasil , crise de valores (não, não estou falando de dinheiro, estupefato leitor), crises por falsos valores (sim, agora tô falando de grana, de corrupção, contemporâneo leitor), a realidade parece iniciar a contagem de uma bomba-relógio por segundo, o universo ao avesso, a vida é uma trincheira e a guerra é invisível, dentro de nós, o inferno são os outros, mas, se olharmos sinceramente pro espelho mantido nos cofres impublicáveis da consciência, encontraremos os mesmos demônios em nós mesmos.
O ‘Governo’ Temer, após um pouco mais de um ano de governabilidade forçada, impopularidade e medidas maldosas, demonstra a mesma fragilidade de seus antecessores, a máquina pública de favores secular exige a continuidade da corrupção e, mais uma vez, o Poder Executivo em podre parceria com os demais três Poderes (sim, há quatro poderes: Executivo. Legislativo, Judiciário e Midiático) protagoniza outra vergonha nacional alheia – somos o país do jeitinho, da propina, da troca de favores; o problema que o tal jeitinho cresceu e virou incômodo, perdição sem volta, ‘desnação’.
Alguns dizem que a ‘casa caiu’ para as quadrilhas políticas do Brasil, após as novas denúncias, mas, na verdade, a casa já estava em ruínas, caída há tempos; moramos em um habitat desmoronado desde os primórdios de nossa criação acostumada a jeitinhos que nunca ajeitaram nada que preste em nossas vidas.
Hoje trago um poema passado que infelizmente permanece contemporâneo, desgraçadamente atual...

A farsa

A farsa se fecha
e os amantes escondem as facas dentro das flores.
A farsa se fecha
e os preços aumentam a quantidade de sangue humano nos açougues.

O Capitalismo impera
e os faustos vendem suas almas ao demônio
pra possuírem suas musas com cabelos de ouro.

A farsa se fecha
e as crianças alugam suas casas de brinquedos a altos juros no Banco Imobiliário.
A farsa se fecha
e as promissórias disfarçam a quantidade de sangue humano  nos papéis verdes.

O Capitalismo impera
e os homens vendem seus corpos ao lucro
pra possuírem seus caixões com trancas de Midas.

(Poema extraído do meu quinto livro “Eu & Outras Províncias: Progressos & Regressos”, de 2008)

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