segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Isso é um assalto legal? O de cima sobe e o de baixo desce cada vez mais nas surreais medidas econômicas da política brasileira e teresopolitana (E você ainda vai ficar parado, sem fazer nada?)


Vivemos tempos surreais, amigos leitores. Uma crise econômica atinge o mundo e governos federais, estaduais e municipais, responsáveis por inúmeros desvios, regalias, irresponsabilidades fiscais, má administrações e consequentes maus usos do dinheiro público, ao invés de se responsabilizarem por suas incompetências, preferem acusar quem rala a vida inteira, tentando manter tudo em ordem apesar dos pesares: os governantes, ao invés de fazerem uma autoanálise e praticarem uma administração realmente mais enxuta e viável, preferem demonizar os mais pobres e os funcionários públicos. Uma prova disso é a PEC 241, que congela os investimentos em saúde e educação previstos na Constituição, atingindo diretamente o funcionalismo público e as camadas sociais mais pobres que mais utilizam esses serviços. Estive há pouco tempo num dos inúmeros atos realizados contra essa proposta de emenda constitucional, cujo vídeo está postado nesta postagem logo abaixo:

E aí que vem a primeira constatação da situação surreal na qual vivemos: atualmente precisamos fazer protestos não a favor de aumento de investimentos em setores já precarizados pelas más administrações públicas, mas para impedirmos cortes mais profundos em áreas já carentes de investimentos! E o mais louco de tudo isso: há um grande número de pessoas que apoiam tais medidas que claramente pregam a ampliação da desigualdade social no país – ou seja, alguns concordam que quem deve pagar a conta é quem não tem dinheiro e já tem milhares de contas pra pagar! Enquanto isso, propostas de lei e emendas (como a PEC 280, que diminui pra metade o número de deputados e senadores, fazendo um corte expressivo de despesas e dando fim a inúmeros privilegiados com altas regalias, ou o imposto sobre grandes fortunas) nem são cogitados pelos nossos ‘representantes’ no Executivo e no Legislativo! Ou seja, quem sempre endividou o país e auxiliou bastante para que nós afundássemos nessa crise são os responsáveis pelas decisões que cortam benefícios daqueles que vivem na corda bamba, tentando sobreviver e minimizar os estragos desse grave período, e ainda tem popular que aplaude!!! Meu Deus, não precisamos ser da direita, do centro ou da esquerda para sermos contra, basta colocarmos a cabeça pra pensar para percebermos que há algo muito sujo e errado em tais manobras políticas!
Em Teresópolis/RJ, a situação é cada vez pior: além de os funcionários não terem recebido até hoje as horas extras trabalhadas em dezembro do ano passado, estarmos com os salários defasados e não estarmos recebendo os benefícios do plano de saúde e do vale alimentação desde junho do ano passado, o prefeito reeleito Mário Tricano ainda enviou um projeto de lei para a Câmara pedindo votação em caráter de urgência com a proposta de acabar com os últimos benefícios citados, que ele há tempos não paga, apesar de termos ganhado o processo que restitui tais direitos! Segundo o prefeito, os cortes têm a tarefa de manter a estrutura pública “eficaz e enxuta”, mas sua administração possui 24 Secretarias Municipais [!], com um evidente inchaço de cargos comissionados, sendo que salário mensal de um secretário é de R$ 13.118,31 e o de subsecretário é de R$ 5.401,56!  Segundo o consultor municipal Roberto Tauil, no site http://www.consultormunicipal.adv.br/, existem 13 Secretarias [podendo chegar a 15] que são vitais ao funcionamento de uma Prefeitura. Segundo Tauil, as prefeituras, “em muitos casos, criam Secretarias com o único propósito de dar emprego aos correligionários políticos, abrindo espaço para cumprir as promessas de campanha.” Ou seja, mais uma vez, as contas da crise vão para as costas do servidor público, demonizado por um administrador que sustenta inadequadamente diversos parasitas na folha de pagamento da Prefeitura. E, mais uma vez, tem alguns aplaudem suas insustentáveis medidas! E os trabalhadores municipais, outrora lutando por salários e condições mais dignas de trabalhos (abaixo vão: um poema escrito por mim e 2 paródias também escritas por mim e transformadas em música e interpretadas por Thais Fernandes [as paródias podem ser baixadas no soundcloud], que usamos em protestos anteriores e que refletem a difícil situação financeira do funcionário público no município), agora têm que voltar pra rua para lutar contra a aprovação de uma proposta que acaba com os benefícios do vale refeição no valor de R$ 100 e do plano de saúde dos servidores públicos, que nem estamos recebendo, apesar de termos direito!!! É vergonhosamente surreal, surreal e criminosa demais essa situação, amigos leitores: amanhã, terça-feira (25), às 10h, a Câmara de Vereadores de Teresópolis/RJ pode aprovar um projeto de lei que, ao invés de conceder, retira ainda mais benefícios do funcionário público, direitos que, repito, há tempos nem recebemos (sendo que a proposta quase foi votada na surdina, na quinta-feira, dia 20/10 – a votação só foi impedida porque 1 [sim, apenas 1 vereador] pediu vistas e adiou por 5 dias a possibilidade de aprovação do criminoso projeto)!!! Mas vamos lutar até fim: estaremos na rua amanhã, terça-feira, dia 25/10, às 10h, tentando impedir mais esse absurdo projeto de lei que mais uma vez atira as contas do caos administrativo, provocado pelos próprios governantes, nos ombros daqueles que realmente trabalham para superar esse difícil momento de crise econômica. Até quando vamos aturar que os privilegiados atirem suas dívidas sobre nós, amigos leitores?

Protesto contra os contistas da carochinha
(Grávido de administrações falidas)

Os Três Porquinhos, os Três Poderes
me engravidaram
de todas as suas desgraças
e agora era uma vez os meus sonhos,
o meu salário;
meu direito às melhores condições de vida
virou conto de fadas,
sou funcionário público de administrações adormecidas
que só me debitam dívidas
e mais nada.

9 meses sem aumento real,
9 meses cada vez mais desigual,
9 meses e nem mais um real,
sou o plebeu grávido
do novo sistema público feudal.

E agora eu cobro um pai
ou  dessa estúpida gravidez
faço uma greve,
e agora eu cobro um pai
que pare com tamanha desfaçatez
e me pague o que deve.

Vou acordar o gigante adormecido
antes que os vilões de corações anões inventem um novo mito.
Vou chamar o povo, pois não adianta lutar sozinho
contra todos esses dragões que só sabem queimar nosso município.

Se querem inventar contos da carochinha,
desejo um final digno de herói e  protagonista,
quero ter de volta meus direitos, quero ressuscitar minha vida!


Esperança 
( Paródia da canção "Asa Branca", de Luiz Gonzaga)

Quanda a gente pede aumento
Mais respeito à educação
Eles prometem Deus e o céu, ai
Mas que tamanha embromação

O reajuste não chegou
Cadê o plano de saúde?
Por crise brava, perdi salário
Cadê o vale alimentação?

Até mesmo a esperança
Morreu nas garras do patrão
Nação em crise, adeus medidas
Que valorizam a educação

Três poderes fazem festas
Numa triste união
Espero a grana sair de novo
Para eu contar com a educação

Quando vejo é mais um rombo
Não tem mesmo salvação
Mas te asseguro, não chores, não, viu?
Que eu cobrarei a solução


É preciso lutar pra ter 
(Paródia de "É preciso saber viver", de Roberto & Erasmo Carlos)

Quem espera que a dívida
Seja paga por patrão
Pode até levar um susto
Ou viver sem um tostão

É preciso ter cuidado
Pra mais tarde não sofrer
É preciso lutar pra ter

Toda perda no caminho
Você pode resgatar
Trabalhador que luta unido
Não se pode arrasar
Reajuste real existe
Você pode recorrer
É preciso lutar pra ter

É preciso lutar pra ter
É preciso lutar pra ter
É preciso lutar pra ter

Lutar pra ter, Terêee

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