domingo, 31 de maio de 2015

Luz, Câmera...Alcino! dando Xeque-Mate com muita Poesia!

Na quinta-feira, 28/05/2015, na Escola Municipal Alcino Francisco da Silva, em Teresópolis/RJ, o Grupo Luz, Câmera...Alcino!, dirigido por mim, abriu o Torneio Xeque-Mate com o esquete "Xadrez Poesia", composto por poemas de autores portugueses e brasileiros..
A peça contou com a participação de diversos e talentosos artistalunos dos oitavos e nonos anos e um público animado. O vídeo contém as duas apresentações feitas pelo grupo (uma abrindo o torneio da manhã, a outra da tarde), filmadas, respectivamente, pelos professores Junior (Matemática) e Daniel Coelho (Inglês).
Os artistalunos participantes foram: João Paulo de Oliveira Costa (anunciador do poema-partida), Stallone Oliveira (enxadrista das peças pretas),  Douglas Marques (enxadrista das peças brancas), Gisleny Almeida (juíza), Victor (auxiliar da juíza na primeira apresentação/torre preta na segunda apresentação), Diogo Lima (rei branco), Vitória Ketley (rainha branca), Laís Martins (peão branco), Luana (torre branca), Herbert Gabriel Andrade (rei preto traído), Ana Gabriela Medeiros (rainha preta traiçoeira), Daphine Quintanilha (bispo preto em crise), Rodolfo Ribeiro (torre preta na primeira apresentação) e Laryssa Barrozo (mensageira final).
Os poemas usados nas falas da peça foram: "Fui peão e cavaleiro", da portuguesa Maria Pimental Montenegro (1925-1970), "Escuro o primeiro plano mais evidente se torna", do português Fernando Guerreiro, "Na vida somos iguais", do português Reinaldo Ferreira (1922-1959), poema neo-concreto de Marília Campos Oliveira, "(Não) Era uma Vez", de minha autoria, "Em uma partida de xadrez", do professor-poetatleta e idealizador do Torneio Xeque-Mate Genaldo da Silva Lial (escrito especialmente para o esquete), pensamento de Fabio Campelo e trecho da letra de canção "Vamos jogar xadrez", composta por Valdivino A. Almeida. A concepção da peça foi construída por mim e o roteiro - desenvolvimento da concepção - foi elaborado pelos próprios artistalunos. O cenário foi construído com materiais que o Genaldo já possuía (inclusive o palco-tabuleiro) e o figurino foi concebido pelos próprios artistalunos.
O esquete "Xadrez Poesia" teve o apoio de toda equipe da Escola Municipal Alcino Francisco da Silva e foi uma forma de homenagearmos o fodástico evento idealizado e organizado pelo mais-que-fodástico Professor de Educação Física Genaldo Lial da Silva.
Abaixo posto o vídeo das duas apresentações (cada uma filmada por um ângulo/posição) e os poemas utilizados na apresentação do esquete “Xadrez Poesia”, do Luz, Câmera...Alcino!
Xeque-Mate e Arte Sempre!



EM UMA PARTIDA DE XADREZ

Cumprimento a minha frente um forte adversário
E minhas negras peças ainda somam dezesseis
Tão grande e fascinante, és tu jogo lendário
Inicio agora, uma difícil batalha no xadrez:

Empurro meu peão que avança com alguma timidez
Quem me dera ser um mestre e ter alguma altivez
Neste jogo que, entre dois, cada um tem sua vez!
Hoje popular, mas que outrora foi somente de nobres e os reis
Inspirado por Deus, com certeza, foi o sábio que o fez
Quem o aprende não consegue jogá-lo somente uma vez
O poeta que vos fala, do forte adversário, já virou freguês
És jogado por todos os povos, do brasileiro ao polonês
Comentado em todas as línguas, em árabe e também em português
Em terras tupiniquins, chegaste  com pompa e sisudez
Mas, aos pouquinhos, conquistaste este povo que te chama de xadrez
E agora, peço desculpa e licença a todos vocês,
Pois, no tabuleiro da minha mesa, chegou de novo a minha vez.
Genaldo da Silva Lial

“Escuro o primeiro plano mais evidente se torna
ao longe e por contraste
a profundidade do quadro.
Deste modo o que os dois homens antes de mais
num primeiro plano jogam
é o arbitrário,
o que serve de suporte
a todo o edifício, do quadro.
Ao moverem o tabuleiro
os dois homens fixam a própria sorte
e o acaso (agora parado)
da jogada”
Reinaldo Ferreira (1922-1959)

“Fui peão e cavaleiro
deste jogo de xadrez.
Percorri o tabuleiro
em jeito diagonal
pela mão da fantasia,
Mas surgiu a dama preta
mais o bispo transversal,
e perdi a minha vez.
Já dei xeque-mate ao rei
e desde então até agora
(por meu bem ou por meu mal)
sou torre de pedra branca,
firme, ereta e vertical.”
Maria Pimental Montenegro (1925-1970)

Na vida somos iguais

Na vida somos iguais
Às peças que no xadrez
Valem o menos e o mais,
Segundo o acaso que a fez.

Do mesmo cepo nascer
Para as batalhas pensadas,
Aos mais, peões de perder,
A raros, ficções coroadas.”
Reinaldo Ferreira (1922-1959)



(Não) Era uma vez

Era uma vez
Ao mesmo tempo que não era a vez de ninguém
Era uma festa
Ao mesmo tempo que não era pra se festejar
Era minha casa
Ao mesmo tempo que não me sentia no meu lar
E você lá estava
Ao mesmo tempo que se mostrava distante
Enquanto você sorria, eu chorava
Ao mesmo tempo que escondia minhas lágrimas
E a culpa foi totalmente sua
Ao mesmo tempo que nunca foi
Eu me sentia traído por você
Ao mesmo tempo que traía meus sentimentos
Tentei manter as aparências
Ao mesmo tempo que não mantive nada
Fui um rei em xeque-mate
E mesmo assim blefei
Mas blefes não valem num jogo de xadrez.
Carlos Brunno Silva Barbosa

“A Vida é como um Jogo de Xadrez...
Um erro pode acabar com tudo, então pense antes de agir...
Mas lembre, se demorar demais, o Tempo acaba.
E você perde o Jogo.”
(pensamento de Fabio Campelo)
“(...)
Vamos jogar xadrez
Vamos jogar xadrez
Nós todos já aprendemos
Agora é sua vez
(Bis...)

(Final:) – Xeque-mate!”
 Valdivino A. Almeida




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