sábado, 2 de agosto de 2014

Numa Paris brasileira: Foi na Creperia Crepe No Ar

Ontem tive a honra de estar presente na inauguração da Creperia Crepe No Ar (Noir), um espaço gastronômico inovador em Valença/RJ.  Fiquei tão empolgado com o lugar, belo e incomum para a  cidadezinha natal de minha poesia, tão carente de novidades.
Para criar o meu poema, inspirei-me no poema mais-que-fodástico-e-conhecido “A uma passante”, do fodástico poeta francês Charles Baudelaire, e criei uma passante imaginária que o eu lírico supostamente teria visto na Creperia Crepe No Ar. Um poema que busca as delícias da vida num novo jardim de delícias. Adianto também que este poema, além de fictício (não, caros antiquados críticos estadunidenses, nem sempre se precisa usar de experiências reais, quando se pratica a imaginação), não é um texto patrocinado; é resultado do desejo do poeta em retribuir os deliciosos crepes e o conforto e carinho que as sonhadoras donas da Creperia Crepe no Ar proporcionaram a uma Valença que necessita desesperadamente destes líricos empreendimentos.
Passeemos pela Creperia Crepe no Ar , amigos leitores, liricamente e concretamente, na busca incansável das delícias eternas da vida efêmera! Au Revoir, amigos leitores, e Arte Sempre!

Foi na Creperia Crepe No Ar

Não foi no Café de Flore, nem no Café de La Paix
A primeira vez que te vi.
Foi numa Creperia em Valença, numa brasileira Paris
A primeira vez que encontrei
Teu olhar Deneuve dançando numa tela perdida de Monet
Prometendo-me delícias sem fim.
Musa ensolarada de algum filme noir
No ir e vir do enredo de meus olhos no ar...

Não foi no Deux Magots, nem no Brasserie Lipp;
Foi numa Creperia em Valença, num pedaço íntimo de outra Paris
A primeira vez que eu me perdi em ti
Nova passante de Baudelaire,
Batalha gloriosa de Napoleão Bonaparte,
Te vi chegar e partir
Com aquele adeus que diz olá,
Platonismo de Godard,
Despedida em vários takes non sense,
Adeus que nunca se despede do olhar,
Como eterno déjà vu.
Musa iluminada de algum filme noir,
Partiste no lento ir e vir da pequena cidade,
Mas me deixaste no ar,
Longe de mim, perdido em ti...


Um comentário:

  1. Que encontro misterioso e magnífico! Muito bom gosto, Poeta. Adorei!
    http://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com.br/

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