quarta-feira, 26 de março de 2014

Solidões compartilhadas de resistência lírica: Victor Martins, o Escravo da Palavra (com muito estilo e prazer!)

Um dos fatos que, apesar das postagens espaçadas, me faz insistir no blog é a mais-que´fodástica interação entre escritores que esse espaço virtual coletivo me proporciona. Há algum tempo, tive o prazer imensurável de receber do poetamigo e também blogueiro Victor Martins (ele possui um blog fodástico de poemas chamado “Desaba Devaneios” – segue o link: http://desabadevaneios.blogspot.com.br/), inspirado em meu poema “Elegia 2014”, publicado recentemente aqui no blog. “Saiu simples e direto! Tanto que, quando li o teu post e tua elegia,saiu espontâneo...e a poesia tem que ser assim: natural!”, afirmou o fodástico escritor paulista Victor Martins, após me enviar o seu mais-que-fodástico poema pela caixa de mensagens do facebook.
É claro que eu não poderia deixar de publicar para os amigos leitores essa obra-prima de Victor Martins. Por isso, hoje tenho a honra de dividir minhas solidões poéticas com esse formidável poetamigo que traduziu, de forma e lirismo fascinante, a nossa insistência e resistência em continuar escrevendo poemas, buscando palavras, desabando em devaneios, apesar de todos os pesares que o mundo nos traz, o eu lírico de Victor Martins nos lembra de que é preciso continuar fazendo arte, independente dos obstáculos.
Que a poesia permaneça inabalável e maravilhosa em nosso universo, como nos mais-que-fodásticos escritos líricos de Victor Martins. Enfrentemos a dura realidade com arte, amigos leitores, nunca nos esqueçamos da saudação: Arte Sempre!!!
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Escravo da Palavra

Sou escravo da palavra
ainda que minhas preces estejam escassas
e minhas estruturas abaladas
ainda assim serei escravo da palavra

Ainda que o monstro da rotina
me atormente nas estradas
afundando minha nuca no travesseiro
serei o poço fundo da esperança

Ainda que a noite caia no mundo
inundando meu corpo na escuridão
sem mostrar piedade divina
terei ainda a luz da sala ligada

Ainda que o campo minado me atormente
com seus pequenos espaços de sobra
num caminho tortuoso de correntes
segurarei firme o meu lápis e meu caderno

Ainda que a sociedade esteja caída
perdida como formigas sem um percurso
no firme circulo do desespero
ainda assim serei escravo da palavra!


Um comentário:

  1. Victor,

    Eu creio que todos sempre seremos escravos da palavra. Ela pode nos libertar como tambem nos condenar.

    Bjs

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