quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Meu poema brasileiro cheio de passione: Confissões de Martinho Alighieri para a morena Iracema

Yeah, amigos leitores, trago boas novas! Mais um poema de minha autoria foi premiado: o inédito “Confissões de Martinho Alighieri para a morena Iracema”, um tributo aos imigrantes italianos, recebeu segundo lugar no Concurso de Poesias Serra Serata – 2013, Categoria Outras Cidades, em Petrópolis/RJ.
Há tempos, desde minhas aulas iniciais de Cultura Italiana com Professor Savastano em Valença/RJ que tinha prometido pra mim mesmo e para professor que eu faria um poema em homenagem aos milhares de imigrantes italianos que enriquecem a cultura de nossa múltipla região brasileira. Mal comecei o curso e tive que interrompê-lo pra, na época, trabalhar como professor em Teresópolis/RJ. Deixei o curso, mas a promessa ficou em minha memória.
Quase 10 anos depois, quando vi o regulamento do Concurso de Poesias Serra Serata, com o tema ‘Passione’, achei uma oportunidade para cumprir a promessa que fiz ao Professor Savastano. Para essa tarefa poética, modifiquei até meu estilo, buscando uma forma mais clássica, contraposto com minhas formas modernistas, com versos metrificados (cada verso possui 7 sílabas poéticas), linguagem padrão (evitei a informalidade usual de diversos outros poemas meus) e uso de algumas rimas internas e, principalmente, externas para o ritmo do poema. Associei meu eu lírico, o imigrante italiano enamorado com a nova terra, ao personagem Martinho extasiado com a musa Iracema, do célebre romance “Iracema” de José de Alencar. Devido às dificuldades de viagem dos primeiros italianos para nossa terra, acabei associando o meu eu lírico com o protagonista da obra épica “A Divina Comédia”, do poeta italiano Dante Alighieri, que passa pelo Inferno até o Paraíso para encontrar sua amada Beatriz.
Que o Brasil mantenha essa semente intensa de passione que os corajosos imigrantes italianos tão amorosamente plantaram em nossas terras, amigos leitores!        

Confissões de Martinho Alighieri para a morena Iracema

Exposto a insalubres ares,
Dentro de escuro navio,
Atravessei verdes mares
Pra me aproximar de ti
E ter teus seios gentis
Sempre firmes em meu peito.

Perto de ti, ó Brasil,
Longe das cinzas vorazes,
Toco sonata sutil
No balanço do pandeiro;
Oferto o amor mais febril,
Minha paixão mais anil
Pra te pintar do meu jeito!

Com a tinta mais feliz,
Nua de cores hostis,
Acalmar-me-ei em teu leito
E pintar-te-ei Beatriz,
Meu paraíso perfeito!


2 comentários:

  1. Nossa realmente clássico!Vi o personagem passar por várias intempéries,e ainda consegui enxergar a vista virgem do Brasil!!Belo
    abç

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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