quarta-feira, 10 de abril de 2013

Solidões compartilhadas na garoa serrana: A chuva lírica de Alcione Aparecida de Souza


Hoje compartilho minhas solidões poéticas pela primeira vez com a poetamiga teresopolitana Alcione Aparecida de Souza. A artista foi minha aluna na época em que eu dava aula no 2.º segmento da Escola Municipal Nadir Veiga Castanheira – poderia lhes dizer que ensinei a ela os caminhos e descaminhos da poesia, mas ela já chegou pra mim como poeta pronta; desde os primeiros escritos, já demonstrava seu talento e, com o tempo, me confiou suas obras. Dona de um ritmo singular (adorava construir os poemas como se fossem letras de música, talvez pelo fato de também dedicar-se ao canto – arte que ela também se dedicou com muito talento, conforme vocês verão em alguns vídeos que ela deixou nos tempos de escola), rainha das anáforas (repetição de expressões ou palavras em diversos versos próximos do poema), Alcione sempre demonstrou brilhantismo e suas composições marcaram o professor-poeta-pateta-blogueiro que vos fala.
Segundo Natália Bento, também artista (em breve ela também estreará seus poemas aqui no blog), amiga dela e ex-companheira de turma dos tempos da E. M. Nadir Veiga, Alcione atualmente está em alguma cidade do Espírito Santo. Como não tenho um contato virtual (ou ela não tem, pois já fiz algumas buscas por Alcione) nem tenho seu endereço, infelizmente, não pude informar o destaque que seus poemas terão aqui no blog, assim como a única foto que tenho e que pude publicar dela é da época em que ela era minha aluna. Caso algum leitor a (re)conhecer, por favor, avise-a que sua arte permanece inundando de lirismo o coração deste professor-poeta-pateta-blogueiro que vos fala.
Inundem suas almas nessa enchente de poesia também, amigos leitores.
    
Se a chuva

Se for a chuva a cair
se forem pingos lilás
se for língua, saliva

se for cabeça, pensamento
se forem olhos, imagens
se forem orelhas a ouvir
se forem pés no chão

se for a mão a tocar
e se for coração
não será ódio
não será maldição

não será crueldade
não será maldade
não será preconceito

Será consciência do amor
não coisas que vem e vão

Será o broto do amor
que se planta, cresce
reproduz
e nunca morre.




Um comentário:

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