segunda-feira, 18 de março de 2013

Protesto Poético Contra o Aumento da Passagem de Ônibus: O assalto


Há pouco tempo, recebi o convite da poetamiga e companheira de profissão (ela também é professora da rede municipal de ensino de Teresópolis), Rosangela Castro, para a manifestação de do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus e a favor da melhoria do transporte público em Teresópolis/RJ, organizado pelo MCAP- MOVIMENTO CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM, previsto para amanhã, dia 19/03, às 18:30h.
Segundo matéria realizada por Anderson Duarte, em 23/02/2013, em O Diário de Teresópolis, engenheiros da Coppetec-UFRJ fizeram um estudo sobre a mobilidade urbana em Teresópolis. Foram enfatizados vários problemas, dentre os quais:
- A falta de concessão para o serviço de transporte público, bem como falta de um Orgão Regulador;
- Falha na apuração do número de gratuidades apresentada pela Viação Dedo de Deus, que supera o número encontrado pela Coppetec-UFRJ, que foi 23%,  enquanto que a empresa apresentou 56%. Foi justamente esse ponto o principal argumento para o aumento da tarifa;
- A ineficiência e alto custo do sistema de transporte, principalmente no aspecto social;
- Falta de estudo para compor o valor da tarifa, que poderia ser até mais barata que a anterior, de R$ 2,90 para R$1,97.
Baseado nesse estudo, o MCAP pede urgentemente ao poder público de Teresópolis: eficiência no serviço e tarifa mais barata. Infelizmente, o governo municipal, cujo lema ironicamente é “Cuidando bem das pessoas”, negou-se a receber tal estudo.
Como usuário do transporte público de Teresópolis/RJ, conheço, na prática (infelizmente), a precariedade desse serviço que deveria ser público, mas não é. Por isso, desde já, confirmo presença poética e ativa no protesto:

O assalto

Ontem andei de ônibus
E fui assaltado:
Encontrei o veículo cheio,
Feio e sucateado;
Em letras bonitas, o aviso autoritário:
“A partir desse dia, ir e vir pra casa se torna mais caro”
Sobreviver nessa cidade tornou-se fato raro...
O Dedo de Deus, tão lindo,
Apontando para o aumento inadequado,
Enquanto o governo omisso
Sustenta o descaso.
Ontem andei de ônibus
E, mais uma vez, fui assaltado!

Meus olhos perguntam:
Como os governantes dessa cidade carente
Podem dizer que cuidam bem da gente
Sem um coletivo decente?
Meus olhos perguntam sozinhos,
Pois a resposta é silêncio,
Presença invisível dos quem podem tudo
E não fazem nada.
Então meus olhos serenos
Acompanham meus ombros caídos
De volta pra casa...
Adormeço soturno
No aconchego infeliz da cidade estagnada.

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