terça-feira, 5 de junho de 2012

Um rio de lágrimas chamado Paraíba do Sul

Hoje comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, com certa tristeza: cada vez mais agredimos nosso Meio Ambiente, em prol de um progresso inconsciente e equivocadamente emergente. Como estamos bem do próximos do evento "Rio+20", futura Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada no Rio de Janeiro/RJ, neste mês de junho, relembro um poema que fiz a um dos rio mais importantes da região sul fluminense do Estado do Rio de Janeiro: o Rio Paraíba do Sul. 
O poema, premiado com menção honrosa em 1997 em Concurso de Poesias realizado em Resende/RJ, e, mais tarde, publicado em meu terceiro livro "Note or not ser" (2001), infelizmente, mantém sua atualidade devido às críticas feitas em seu conteúdo quanto a agressão humana ao rio Paraíba do Sul. A pergunta que fica neste Dia Mundial do Meio Ambiente é: quando vamos parar de simplesmente conferir - desperdiçar nosso tempo apostando até quando a natureza vai aguentar - para, finalmente, acordarmos pra urgência de atitudes mais sustentáveis com nosso planeta em veloz extinção.
Não adianta comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente se o Rio joga + de 20 toneladas de lixo nos rios!

Se o Rio Paraíba do Sul falasse

Veja você: repare o meu passado limpo,
A pureza das minhas águas antes do seu lixo,
O lixo das coisas que você consome,
O Lixo das coisas que você me obrigou a consumir...
Não lembra de mim? Sua memória é tão fraca
Quanto tola: estou dentro de você,
Pois eu sou a fonte que alimenta a sua sede,
A força que traz a luz no fim do túnel
Pra iluminar a lâmpada de suas ideias.
Eu sou a história de sua cidade,
A esperança que serve como isca para o anzol do pescador.
Eu sou o rio que vence as escarpas para abraçar o Atlântico
E mostrar a este oceano um pouco do sorriso
Do meu estado, do Estado do Rio!
Eu sou o rio do Rio, o RIO PARAÍBA DO SUL
E, graças a você, estou perdendo o meu sorriso,
A minha capacidade de refletir o céu azul,
A capacidade de resgatar a sua humanidade...
Você não vê? O retrato de minha poluição
É o cartão postal da sua decadência!
Filtre minhas lágrimas,
Limpe o que você sujou,
Desvie a sua podridão,
Não toque o seu lixo em minhas águas,
Seja fluminense - cuide de mim!
Faça o coração aquático do Estado do Rio
Voltar a pulsar! 

4 comentários:

  1. I think it is terrible how we treat the worlds beauty we have been given... we were sent her to care for it, not destroy it... we have become such a disposable society :/

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    1. It's the dirty truth Launna friend. Increasingly we become our own predator ...

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  2. Eu moro em Volta Redonda ao lado desse importante rio, mas ele já chega em nossa cidade bem"poluído" passei sobre ele por 25 anos para ir trabalar aliá passo sobre ele todos os dias pois ele corta a nossa cidade ao meio,ou melhor liga a nossa cidade.Ainda dá tempo de salva-lo, só precisamos de vontade de nosso governantes, dinheiro temos, cada brasileiro trabalha 4 meses por anos para "investir involuntariamente" nessas questões.

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  3. Oi Carlos veio bem a calhar sua frase final em vermelho... Um link direto com a Rio + 20 prestes a acontecer!
    bja Flavia

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