sexta-feira, 30 de março de 2012

Poemeto em estado de náusea drummondiana


Parte de ontem e parte de hoje, vegetei; um mal estar físico me atacou e me estagnou por quase 24 horas. Não gosto quando me sinto mal e me vejo obrigado a repousos que não escolhi - minha mente não para e agita o corpo debilitado. Então do mal estar físico vem alguma dor moral (ou imoral, nunca sei o que determina fielmente o quê), algo que eu chamo de "náusea drummondiana" ou "estado poético de inquietação com o mundo enquanto estás encarcerado em ti mesmo". Somando a ainda ausência não superada de Millôr, posto uns versinhos; não são pra entender, são ataques livres de um lirismo que persiste no ex-rebelde sem causa. Os versos abaixo surgiram em momentos passados de inquietação, numa brincadeira de troca-troca de estrofes com Wilson Fort; saiu assim meio em estado bruto e, assim incompleto e rarefeito, o permaneço:

Nada certinho se não compreendes o meu recado
Talvez a minha paz seja uma amiga do meu eu passado
E se hoje ela não apraz
Talvez esse meu eu esteja ultrapassado:
- Meu amigo, está tudo errado!

2 comentários:

  1. ainda estou completamente imersa em Pessoa. lendo o seu desabafo, coincidentemente, li uma passagem que vem bem a calhar.

    "Ha um cansaço da inteligencia abstrata, e é o mais horroroso dos cansaços. Não pesa como o cansaço do corpo, nem inquieta como o cansaço do conhecimento pela emoção. É um peso da consciencia do mundo, um não poder respirar com a alma" (Livro do Desassossego - Fernando Pessoa)

    Carlos, das duas uma: ou eu estou ficando depre com a leitura do Pessoa ou estou reconhecendo em sua palavras eu mesma. seja qual for o lado, a sintese é que to mal tumbem meu amigo rsrsrsr

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  2. Só mais um fragmento, e esse é para mim que não sou poeta e nao estou em estado poetico de inquietação, portanto, meu fim é esse: (olha o dramalhão kkkkkkkkkkkkkkkk)

    "Quem vive como eu não morre: acaba, murcha, desvegeta-se".

    o cara podia ser depre o quanto quisesse, mas vai escrever bem assim lá na ponte que partiu. Caraca, como dizem os matogrossenses do SUL, é massa. rsrsr

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