domingo, 6 de novembro de 2011

Poemas astrológicos: Horóscopo

Domingo, começo de semana, alguns leitores procuram em jornais, revistas e sites informações e previsões sobre o seu horóscopo, às vezes com a esperança de um novo amor, às vezes com a busca da manutenção de um velho amor, às vezes com o sonho do fim da solidão. Essa eterna exploração de nós, mortais, por soluções esotéricas para nossos problemas pessoais e existenciais, somada às complicações das relações amorosas humanas, me inspiraram a fazer o irônico poema abaixo. 
Publicado em 2001, em meu terceiro livro "Note or not ser", "Horóscopo" é uma brincadeira com nossas tradições e ilusões esotéricas e, ao mesmo tempo, uma homenagem ao ouriço-cacheiro, mamífero coberto de espinhos (veja a foto), encontrado no pantanal brasileiro (por favor, não o confundam com o porco-espinho, que é de origem europeia e norte-americana). Usei o ouriço-cacheiro, ironicamente, como metáfora do amor, pois tanto o animal quanto o sentimento são irracionais, instintivos, graciosos e, ao mesmo tempo, espinhudos. Pra quem ainda não leu suas previsões astrológicas, aí vão minhas dicas rs. Pra quem já leu, o meu poema fica como conselho alternativo. Boa semana para todos, seja qual signo for!


Horóscopo


Você que é do signo humano
Aqui vai meu conselho:
Abrace o amor,
Abrace o ouriço-cacheiro,
Conheça a dor,
Enrole-se nos próprios cabelos,
Mude de cor,
Transforme em espinhos os seus pelos,
Abrace o amor,
Abrace o ouriço-cacheiro!

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