sábado, 15 de outubro de 2011

Golpes de rock lirismo: Meus poemas comemoram a volta do Aríete


Hoje o blog também comemora o retorno da banda de rock valenciana Aríete aos palcos de sua cidade natal Valença/RJ – mais especificamente no Festival de Arte do Bat e Papo Bar, às 21 horas. Minha trajetória poética cruza com o caminho de sucesso da banda. A primeira vez que tive oportunidade de assistir a um show da banda meus ouvidos se apaixonaram pela sonoridade deles à primeira vista. 
Em 2001, quando a banda estava no auge do sucesso, eu ressuscitava minhas façanhas poéticas – o ano marcou o meu retorno à publicação de livro depois de 4 anos de leve desespero e silêncio - e participamos juntos, no dia 10 de outubro, do lançamento do meu terceiro livro “¿NOTE OR NOT SER?”, no Casarão das Artes, melhor espaço cultural que já houve na cidade e, que, alguns meses depois, foi extinto por misterioso incêndio. A parceria de poesia, tetro e música naquele ano contrariou as estatísticas pessimistas dos organizadores culturais de Valença, que previam um evento com menos de 50 pessoas. Com a participação do Aríete e do Grupo Teatral Arte-Ofício, o evento teve recorde de público – foi o maior que o espaço cultural teve -, dando superlotação (quase 400 pessoas num evento poético) e fazendo tremer as estruturas do Casarão. Minha poesia nasceu rock e se consagrou assim, com a ajuda da banda Aríete. Tempos depois, eles fizeram uma adaptação musical do poema “Caixa Postal”, mais tarde publicado no meu quarto livro “O último adeus (ou O primeiro pra sempre)” (2004). 
Essa postagem traz o poema “Aríete’, escrito em homenagem à banda e ainda inédito em livro, o clipoema musical rock “Caixa Postal”, montado por mim a partir de gravações do show do Aríete na Festa dos motoqueiro, em Valença, em 2002, e as duas versões do último poema citado – a original, presente no livro, e a versão Aríete – adaptada para dar maior musicalidade à obra escrita. Essa postagem é pra ser lida ouvindo Aríete e torce pela continuidade eterna da banda:

Aríete

Você que se tranca em casa todo dia
Com medo dos perigos da vida
Acorrentada na rotina
Seu único inimigo é você!
Eu sou as palavras escritas
Na estrada que você não quer percorrer
O mundo que a desafia
Tudo que resiste à sua omissão
Aríete batendo forte
Abrindo um corte no seu coração.
“Não deixe de viver
O que você não deixa de sonhar”
Está escrito nas vitrines
Está escondido em seu olhar
Se tem medo de perder
Como pensa em ganhar?
A vida é uma esfinge
Que você precisa desvendar
Eu vim deixá-la sem jeito
Lhe dar um beijo
Quando estiver só
Na escuridão
Nó batendo forte
Correndo da morte e da solidão.


Caixa Postal (poema original)

Enquanto correm apressados os momentos
perco todos, peco por não encontrar
um raio de sol que escapou no dia a dia
um facho de luz que fugiu do teu olhar
um desejo que desapareceu na rotina
um fundo romântico que faltou no luar...
Os teus beijos com sabor de Martini
invadem o copo, o corpo do pensamento
perco tempo, tenho tempo pra lembrar
as cartas perfumadas na caixa postal
a ânsia por não saber esperar
a pergunta que não tens
o amor que não sei se tenho para dar
a resposta que não vem
a boca que não contém palavras pra se expressar
E a chuva molha o papel, inunda meu quintal
eu não sei dizer adeus, talvez seja esse o meu mal...

Caixa Postal (versão Aríete)

Enquanto correm apressados os momentos
perco todos, peco por não encontrar
um facho de luz que fugiu do teu olhar
um fundo romântico que faltou no luar...
Os teus beijos com sabor de Martini
invadem o copo, o corpo do pensamento
perco tempo, tenho tempo pra lembrar
as cartas perfumadas na caixa postal
a ânsia por não saber esperar
o amor que não sei se tenho para dar
a boca que não contém palavras pra se expressar
Eu não sei dizer adeus, talvez seja esse o meu mal...

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